Ciclo de muda de marisco - tudo o que você precisa saber

Os crustáceos são um grupo impressionante de animais que nos surpreende com um fenômeno exclusivo, seu ciclo de muda. Em Better-Pets.net, queremos oferecer uma explicação desse fenômeno para ajudá-lo a entender um pouco mais sobre os requisitos de crescimento desse grupo fascinante.

O filo artrópodeComo o próprio nome sugere, é composto por animais com patas articuladas. Esses animais têm a característica conjunta de terem um exoesqueleto de quitina mais ou menos duro e precisam trocá-lo para crescer, e dentro desse filo temos a classe dos crustáceos. Neste artigo, vamos nos concentrar nesta aula para estudar a muda, de modo que explicaremos a seguir o ciclo de muda dos crustáceos. Como curiosidade, a palavra crustáceo vem do latim crusta o que significa casca.

O exoesqueleto de crustáceos

Esses animais possuem uma proteção calcária chamada exoesqueleto. O exoesqueleto dá a eles uma estrutura rígida e um forte proteção contra predadores. Essa proteção é tão rígida que se torna um problema à medida que o indivíduo cresce, pois o exoesqueleto calcário não estica. Restringindo o tamanho do animal. Note-se que não se trata de um bloco rígido, mas sim de um conjunto de placas articuladas que permitem a sua movimentação.

Como os crustáceos crescem?

Para crescer, os crustáceos devem passar por um transe delicado que consiste em se livrar do antigo exoesqueleto e formar um novo. Esse transe é um grande gasto de energia, por isso só o realizam quando o animal está bem nutrido e pronto para dar o puxão. O momento da muda dos crustáceos, também chamado de ecdise, é o desprendimento do exoesqueleto. É um fenômeno cíclico afetado por um grande número de fatores exógenos e endógenos (Hopkins et al. 1999). Em uma publicação do Journal of Marine Biology and Oceanography, descobriu-se que as fases lunares afetam fortemente o momento da muda, concluindo que no último trimestre há 50% mais muda do que em outras fases lunares.

A muda de crustáceos é mais frequente em indivíduos jouvocê vem e menos em adultos que já atingiram o tamanho padrão. No resto dos grupos de animais, o crescimento é um tanto contínuo, mas no caso dos crustáceos, a muda cria uma descontinuidade no desenvolvimento.

Fases de muda de crustáceos

As investigações de Drach (1939,1944) foram as primeiras a documentar a muda de crustáceos por completo, dividindo-a em quatro fases:

  1. Intermute: a sutura da muda anterior pode ser vista, mas a carapaça é completamente dura. É o período desde o término do processo de endurecimento da última muda até o momento em que o animal precisa crescer novamente.
  2. Fim da intermuda e início da premuda: a sutura torna-se mais profunda e marcada. Internamente, uma pele interna começa a se separar, tornando-se definida e mais escura.
  3. Premuda: a sutura escidial gradualmente descalcifica e se torna mais sensível. Observa-se um escurecimento muito forte da camada interna, que adquire turgor.
  4. Ecdicis: é o momento de ruptura e abandono do antigo exoesqueleto.

Deve-se notar que antes dessas quatro fases o fase 0, chamada de pós-muda, em que uma sutura macia pode ser vista nas linhas de excisão onde o crustáceo quebrou o antigo exoesqueleto. A casca ainda mole que endurece gradualmente, pode demorar alguns dias.

No momento da muda, o indivíduo consegue quebrar a velha casca por duas razões fundamentais. A primeira é que a sutura escidial da muda anterior foi descalcificada, deixando-a muito mais fragilizada. Para fragmentá-lo, ele incha e estica com a ajuda de movimentos bruscos. Eles também tendem a engolir grandes quantidades de água, o que ajuda a aumentar a pressão dentro do exoesqueleto e, assim, fragmentá-lo.

Depois de deixarem o antigo exoesqueleto, eles estão de volta à fase 0. Nesse momento, eles ainda estão macios e se esticam ao máximo, aumentando o que seu corpo precisa. Este é um período muito vulnerável, por isso costumam ficar escondidos em fendas pelos dias necessários até que endureçam completamente.

Experimentar

Para finalizar a compreensão em que consiste o ciclo de muda dos crustáceos, é possível consultar o seguinte experimento para monitorar o crescimento de um caranguejo-rocha por 300 dias:

  • Crescimento de uma cópia de Cyrtograpsus angulatus (Boschi, 1971). Registro do comprimento da carapaça (Lc) de mudas sucessivas, após 300 dias (de Lc: 7,8 mm a Lc: 29,3 mm).

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Bibliografia
  • Drach P. 1939. Mue et cycle d'intermue chez les crustacés décapodes. Annales de l’Institut Oceanographique 19: 103-391.
  • Drach P. 1944. Étude préliminaire sur le cycle d'intermue et son conditionnement hormonal chez Leander serratus (Pennant). Boletim Biologique de la France et de la Belgique 78: 40-62
  • Revista de Biología Marina y Oceanografía 44 (1): 217-225, abril de 2009. Disponível em: http://www.inapiproyecta.cl/605/articles-1665_recurso_1.pdf

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